Quando necessitamos planejar algo que visa a um objetivo ou produto específico, chamamos isso de Projeto. Podemos ter projetos mais simplistas, como a reforma de um cômodo de nossa casa, ou até mesmo projetos complexos, como o desenvolvimento de um sistema para mapeamento por meio de Geolocalização de celulares de identificação de possíveis casos de COVID-19.
O Gerenciamento de Projeto tem como objetivo o planejamento das ações, a sua execução e o controle de diversas atividades para alcançar os objetivos especificados de maneira sistematizada e organizada.
Existem métodos e ferramentas que são utilizadas nas atividades de Gerenciamento de Projetos, alguns em todo o ciclo, outros em alguma fase. Partindo deste pressuposto, o Modelo CEK foi concebido a partir da integração das ferramentas Canvas, Estrutura Analítica do Projeto e Kanban, daí a origem do nome do Modelo. Desta forma, o projeto é norteado desde a sua concepção, a fase de levantamento de requisitos, até a sua plena execução de forma controlável e efetiva.
O Modelo CEK foi inicialmente abordado em um livro de autoria do professor Luciano Aguiar, em conjunto com os pesquisadores Fernando Escobar (PMI – DF), Washington Almeida (Unb – Brasília), Aíslan Rafael (IFPI – Picos) e Pedro César, publicado no Encontro Regional de Computação do Ceará, Maranhão e Piauí no ano de 2019.
O modelo pode transformar ideias em projetos colaborativos, ágeis, controláveis e efetivos.
O propósito desse modelo é agregar as melhores características dessas três ferramentas e percorrer todo o ciclo de vida de um projeto, não se esgotando a sua utilização apenas na Engenharia de Software.
Uma das áreas de estudo da Engenharia de Software é a Engenharia de Requisitos, e esse é um dos principais problemas da área: a má utilização de técnica já reconhecidas para o levantamento, descoberta e validação das necessidades dos usuários e cliente do produto de software que será entregue pelo projeto.
Como resposta a este cenário, fundamentado na abordagem por projetos aplicada à engenharia de software, em um método híbrido que combina elementos das abordagens tradicional e ágil, o Modelo CEK.
Trata-se da proposição da integração de diferentes ferramentas de gestão, de forma a mitigar os problemas relacionados ao desenvolvimento de software, em especial às falhas no levantamento de requisitos e definição de objetivos, à comunicação ineficiente entre equipe e clientes, com foco na ideação, planejamento e monitoramento da execução, reduzindo desperdícios, transformando ideias em projetos colaborativos, ágeis, controláveis e efetivos.
O que é cada ferramenta?*
Para entender melhor o modelo CEK é necessário conhecer cada uma das ferramentas.
Diagrama de integração das ferramentas. – Modelo CEK (Canvas + EAP + Kanban)
Nesse modelo, a fase inicial do projeto é o levantamento de requisitos da solução, se fosse aplicado à Engenharia de Software, mas no contexto mais amplo de projetos e com a utilização do Canvas de Projeto, essa fase é nomeada de ideação, ou seja, fase de brainstorming de ideias.
A história dos Canvas (isso mesmo, existem vários) surgiu no vale do silício americano com o Canvas de Modelo de Negócio, ou Business Model Canvas – BBMC. O Canvas de Projeto, que é utilizado no nosso modelo, já é uma adaptação do BMC proposta pelos professores Wankes e Helber.
O objetivo desse Canvas é envolver os stakeholders para o engajamento na formulação do projeto. Assim, com esse envolvimento das pessoas, a taxa de sucesso dos projetos tende a crescer. E como funciona? São feitas sessões guiadas por um facilitador para fechar o escopo inicial do projeto, preenchendo cada um dos blocos apresentados na figura acima.
EAP
Seguindo nas fases do modelo, agora a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) ou em inglês WBS, que vem do PMBOK, Corpo de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos.
A EAP é uma decomposição hierárquica de todo o escopo do projeto (trabalho total) que precisa ser executado pelo time do projeto a fim de produzir as entregas necessárias e satisfazer às necessidades das partes interessadas – cada nível descendente da EAP representa uma definição mais detalhada do nível mais alto correspondente e, ao final, de todo o trabalho do projeto.
Com a EAP busca-se a divisão dos pacotes de trabalho em uma análise bottom-up, sendo que ao final dessa etapa teremos todos os itens do backlog que serão monitorados com o uso do quadro Kanban.
Kanban
O Kanban teve origem na década de 40 do século passado no Japão, implementado em processos de manufatura e depois na indústria automobilística, em especial na empresa Toyota. É um método visual de gerenciamento de fluxo de trabalho para gerenciar as atividades de maneira eficaz.
A representação visual dos itens de trabalho em um quadro Kanban permite que os membros da equipe saibam o estado atual de cada item de trabalho a qualquer momento
O quadro Kanban apresenta de forma gráfica as atividades e em que estágio cada uma delas está no momento. No modelo CEK servirá para o controle dos entregáveis e aferição de desempenho das entregas.
Os itens ainda não iniciados, que compõem o backlog do projeto, são dispostos na coluna “a fazer”, conforme priorizados e com seu trabalho iniciado são movidos para a coluna ”fazendo”, uma vez concluídos, são movidos para a coluna “feito”. A sistemática, quando aplicada, garante um sistema puxado e de fluxo contínuo, e ainda identifica visualmente as fases que estão com problema.
O Modelo CEK adota a sistemática do Quadro Kanban, com os Pacotes de Trabalho da EAP, ainda não priorizados, sendo dispostos na coluna “a fazer” (compondo o backlog do projeto); os Pacotes de Trabalho já priorizados e que tiveram seu trabalho iniciado (limitados a um Pacote de Trabalho por equipe ou responsável – em atenção ao limite do Work In Progress) são movidos para a coluna “fazendo”, até que sejam concluídos e pontuados como “feito” – à medida que os cartões são movidos para a coluna “feito”, novos espaços são liberados para o “fazendo”, em um sistema puxado e de fluxo contínuo.
O fundamento da adoção do Kanban, que complementa a abordagem proposta pelo Modelo CEK – de transformar ideias em projetos colaborativos, ágeis, controláveis e efetivos – é justamente controlar a execução do projeto por meio do acompanhamento da execução dos pacotes de trabalho, definidos de forma colaborativa na EAP, derivados da concepção idealizada, também de forma colaborativa no Canvas.
A junção das ferramentas busca a redução de desperdícios, a melhoria na comunicação, a agilidade do fluxo contínuo e puxado, e a efetividades dos projetos de software.
Ele propõe a integração dessas três ferramentas ao longo do ciclo de vida de um projeto, visando de forma assertiva a melhoria no controle e por consequência na efetividade do produto criado.
Nesse contexto, o modelo ajuda na construção de um modelo adaptável à realidade das organizações e que sua utilização possa trazer transformação de ideias em projetos colaborativos, ágeis, controláveis e efetivos, que são características de cada uma das ferramentas integrantes do modelo: o Canvas de Projeto, a EAP e o Kanban.
Maiores detalhes do Modelo CEK podem ser encontrados no endereço: http://www.modelocek.com.br
Autores: Luciano Aguiar, Washington Almeida e Fernando Escobar
Avenida Presidente Kennedy, 1100 - São Cristovão - 64052-335 - Teresina-PI
Telefone: (86) 3133-7070 - E-mail: contato.icev@somosicev.com
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1 Comentário em "Transforme suas ideias em Projetos Colaborativos e Ágeis com o Modelo CEK"
Gostei da reunião de ferramentas em prol de uma melhor gestão e entregas de um projeto. Parabéns aos envolvidos.