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19 ago
É dada a largada para a segunda fase do Open Banking

A nova etapa envolve o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais do cliente, mediante seu prévio consentimento, entre as instituições participantes

Teve início no Brasil a segunda fase do Open Banking (ou Sistema Financeiro Aberto), uma iniciativa do Banco Central, com o objetivo de levar inovação ao sistema financeiro, promover a concorrência e melhorar a oferta de produtos e serviços para o consumidor. A primeira etapa foi executada em fevereiro deste ano. Naquele primeiro momento, as instituições participantes disponibilizaram ao público informações padronizadas sobre os seus canais de atendimento e características de produtos e serviços bancários tradicionais que ofereciam.

Esta nova fase, que deveria ter sido implementada no dia 15 de julho, mas foi adiada a pedido da estrutura de governança do programa, envolve o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais (em contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados) do cliente, mediante seu prévio consentimento, entre as instituições participantes.

Segundo o Banco Central, o principal benefício para o consumidor será “receber ofertas de produtos e serviços mais adequados ao seu perfil, a custos mais acessíveis e de forma mais ágil e segura”. A partir dessa novidade, também poderão surgir soluções mais personalizadas de gestão e aconselhamento sobre finanças pessoais, por exemplo.

“Este será o primeiro contato da população com o Open Banking. A vantagem é que o consumidor conseguirá centralizar seus dados para utilizá-los da melhor maneira, e, assim conseguir crédito e investimento melhores ou um produto bancário mais atrativo”, diz Gustavo Bresler, gerente de Estratégia da Quanto, plataforma de open banking. “Num primeiro momento, deverá haver um maior acesso a crédito, que é um dos produtos que já está mais digitalizado. Mais para frente, à medida em que os modelos de análise de risco passem a contemplar os dados, diferenciando os bons dos mal pagadores, esse crédito deverá ficar mais barato.”

 Segundo Thiago Zaninotti, CTO da Celcoin, startup que oferece estrutura financeira para fintechs e bancos, a adesão de um padrão aberto fará com que os bancos passem a enfrentar mais concorrência em termos de tecnologia. Além disso, empresas não-financeiras passarão a usar mais dados para melhorar a experiência do usuário final.

“O varejo digital terá capacidade de fazer ofertas de crédito com base na leitura do histórico de consumo financeiro dos seus clientes. Empresas de serviço poderão iniciar pagamentos diretamente na conta dos seus consumidores, sem a necessidade da intervenção de um produto tradicional financeiro, tal como um cartão de débito ou crédito”, avalia.

Apesar de se tratar de um conceito novo para os consumidores, as empresas do setor apostam que haverá uma alta adesão. Por isso, têm trabalhado tanto no sentindo de ajudar no entendimento, por meio de campanhas de marketing, quanto no desenvolvimernto de novas soluções.

No Banco do Brasil, Karen Machado, líder do Projeto Open Banking na empresa, informa que o sistema tem sido apresentando em conteúdos publicados no site, campanhas publicitárias e tira-dúvidas dos assistentes virtuais.

“O cliente precisa perceber as vantagens reais em compartilhar os seus dados. Nesse sentido, temos nos debruçado em algumas soluções. Uma delas é uma aplicação para agregar informações de contas de diferentes bancos, organizar os lançamentos e ajudar na gestão financeira. Será a oportunidade de aposentar a velha ‘planilha’ para controle das finanças. Além disso, outras soluções de personalização de preços, limites e ofertas estão em foco”, conta.

No caso do Itaú Unibanco, foi criada uma página dedicada a esse assunto e foram realizadas ações de marketing. Em relação às ofertas, a empresa está desenhando novidades, que ainda não estão prontas para serem anunciadas. Mas sabe-se que pretende oferecer mais agilidade e simplicidade na abertura de contas digitais, opções de crédito com taxas e limites diferenciados e ferramentas para gestão financeira pessoal e empresarial.

“Não há uma previsão assertiva sobre a adesão ao Open Finance, mas o brasileiro é bastante aberto a novas tecnologias e propenso a utilizar novos produtos e serviços. O Pix é uma prova disso – mais de 80 milhões de brasileiros passaram a utilizar o novo meio de pagamentos em menos de sete meses de seu lançamento. Acreditamos que o Open Finance deve ter adesão com velocidade superior ao de outras geografias como Europa e Austrália”, avalia Marcos Cavagnoli, diretor de Digital Cash Management e Open Finance do Itaú.

O Banco Original, que aderiu ao Open Banking de forma voluntária, também promete trazer vantagens para os clientes. “Nossa intenção é fazer uma oferta agressiva, pois teremos dados de qualidade garantidos pelo ecossistema do Open Finance. Por isso, poderemos oferecer de 20% a 40% a mais de crédito que o mercado. O objetivo é contribuir para democratização e viabilizar a inclusão financeira e digital para as pessoas, empresas e, principalmente, empreendedores”, diz Fábio Lins, superintendente Executivo de Canais, PIX e Open Finance da companhia,

Próximos fases

De acordo com o Banco Central, o calendário de implementação das próximas fases do Open Banking está mantido. A terceira será iniciada em 30 de agosto e será voltada para  o compartilhamento dos serviços de iniciação de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. Também nesses casos será preciso autorização prévia e específica do cliente.

A quarta e última etapa está marcada para o dia 15 de dezembro e, nela, dados sobre outros serviços financeiros passam a fazer parte do escopo. Neste período, os clientes, caso queiram e autorizem, poderão compartilhar suas informações de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário, bem como acessar informações sobre as características dos produtos e serviços com essa natureza disponíveis para contratação no mercado.

 Publicado por Época Negócios

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