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07 jun
Como a economia de criadores pode gerar valor para marcas?

Redes sociais como o Instagram, Twitter, YouTube, Twitch e TikTok vêm transformando nossas interações com pessoas queridas e com marcas. Antes de visitar uma loja para conferir um produto, por exemplo, podemos consultar a opinião de um especialista por meio de vídeos e análises que falem a nossa língua. Prático, né? E, como era de se esperar, com a explosão dessas plataformas, surgiram também novas oportunidades de negócios na chamada economia de criadores.

Embora esse tipo de economia tenha surgido há apenas uma década, a empresa de investimentos SignalFire estima que, hoje, já existam mais de 50 milhões de pessoas que se consideram criadoras (creators) — pequenos empreendedores que usam plataformas tecnológicas para gerar conteúdo e monetizar suas marcas pessoais. E isso pode trazer muitas oportunidades para marcas que queiram repensar seus modelos e se conectar de maneira autêntica com os seus públicos. Quer saber o porquê? Confira nossos insights a seguir!

O QUE EXPLICA O BOOM DA ECONOMIA DE CRIADORES?

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Criadores de conteúdos criativos e autênticos utilizam a internet como meio de renda

Também conhecida como creators economy ou passion economy, a economia de criadores envolve curadores, influenciadores, videomakers, blogueiros, youtubers e outros tipos de profissionais que fazem renda com a produção de conteúdo independente por meio de anúncios; conteúdo patrocinado; assinaturas; participação em eventos; fã-clubes, entre outras opções. Dados de 2021 da agência de marketing de influência Mediakix estimam que o setor passe a valer quinze bilhões de dólares até 2022.

Uma série de fatores impulsionaram o crescimento dessa indústria. O primeiro deles foi a chegada de millennials (nascidos entre 1985 e 1994) e centennials (nascidos entre 1995 e 2010) ao mercado de trabalho. Com recursos tecnológicos em mãos e maior acesso à educação, eles têm buscado por trabalhos dinâmicos que tragam um senso de propósito e geração de valor. E para muitos, essa oportunidade tem sido encontrada na produção de conteúdo independente financiada por comunidades de fãs e/ou apoiadores.

Vale considerar também que os recursos para produção de conteúdo têm se tornado cada vez mais acessíveis. Já não é preciso ter o celular mais caro do mercado para garantir uma câmera com boa resolução. Além disso, programas de edição de licenciamento gratuito, plataformas de monetização, pacotes de dados personalizados e fóruns online repletos de dicas e tutoriais vêm impulsionando projetos de muita gente por aí…

As próprias plataformas de produção de conteúdo, percebendo o valor desses criadores, também vêm “mexendo seus pauzinhos” para que eles permaneçam na ativa — e alimentando seus algoritmos! De acordo com a CEO do YouTube, Susan Wojcicki, nos últimos três anos, a plataforma destinou mais de 30 bilhões de dólares a criadores e organizações de mídia. E em julho de 2020, o TikTok anunciou um fundo para criadores com mais de 200 milhões de dólares.

Como você pode perceber, para acompanhar essa turma de criativos, é preciso que as marcas adotem uma nova mentalidade de negócios: mais ágil, colaborativa, transparente e compartilhada. Elas passam a ser concebidas como plataformas, onde múltiplos stakeholders geram valor, colocando as necessidades dos indivíduos em primeiro lugar.

“O conceito de empresa como o compreendemos hoje, está deixando de ser aquele que define uma organização entre quatro paredes, para se aproximar, cada vez mais, de complexos sistemas autônomos que se integram interna e externamente, em camadas e mais camadas (layers) de produtos, serviços, canais de distribuição, modelos de negócios e o que mais for necessário para que a entrega do valor final desejado pelos participantes desse ecossistema seja efetivamente possível”, conta o publicitário, empreendedor e sócio da Pande, Gian Franco Rocchiccioli, no livro “Descentralizada – Uma nova mentalidade”, que será lançado em breve.

QUAIS OPORTUNIDADES A ECONOMIA DE CRIADORES TRAZ PRAS MARCAS?

O desejo por proximidade e conteúdos autênticos fortalece a creators economy. Para as marcas, essa é a chance de se aproximar de seus públicos, inovar e fomentar o trabalho de pessoas que façam a diferença.

Colaboração e diálogo com comunidades de nicho

Como dialogar com comunidades que possuem interesses cada vez mais fluidos e que transitam entre diferentes ambientes e grupos com tanta facilidade? Esse desafio, fortalecido pela chegada dos centennials ao mercado, tem levado muitas marcas a estabelecer processos criativos colaborativos com comunidades de nicho. E para construir essa ponte, os criadores são uma presença essencial nas estratégias.

Quem sabe bem disso é a Adidas, que, para o lançamento de novas linhas dos modelos NMD e Hardcourts, no início de 2020, criou a campanha “Creative in Process”. A ação envolveu diferentes criadores independentes de Nova York — como o artista visual Adam Lucas e a jovem ilustradora LOLA The Illustrator —, que propuseram obras inspiradas no conceito da linha. Além de colaborarem entre si, os artistas também recebiam feedbacks dos fãs pelas redes sociais.

Adidas Transmission Pack – Adam Lucas from Firstborn on Vimeo.

Pluralidade criativa 

As mídias sociais permitem que os criadores produzam conteúdos que dialoguem diretamente com as demandas de suas comunidades. Por estarem imersos nesses ambientes, eles sabem, melhor do que ninguém, quais são os tópicos relevantes para seus públicos e como abordá-los de maneira interessante, com o timing e os termos ideais.

A rede de lojas de departamento Target apostou nessa estratégia ao criar, em parceria com a instrutora de pilates youtuber Cassey Ho, uma linha de produtos para fazer exercícios em casa. Além de ofertar elásticos, garrafas, halteres, tapetes e meias instagramáveis, a linha também se apoia na figura de Cassey para trazer maior representatividade à comunidade asiática no meio fitness. A produtora de conteúdo é conhecida por incentivar o movimento e valorizar a beleza de todos os tipos de corpos.

Os criadores de conteúdos mantem uma comunidade engajada e são uma estratégia para marcas alcançar seus públicos

As mídias sociais transformaram nossas dinâmicas de comunicação e, para muitas pessoas, trouxeram novas possibilidades criativas. Bem no estilo do cineasta Glauber Rocha — “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” —, profissionais de diferentes áreas vêm trazendo à tona conteúdos de qualidade e mantendo um diálogo próximo com suas comunidades. Não é gostoso receber conselhos sobre finanças ou sobre aquele jogo difícil de alguém que fala a sua língua?

Para as marcas, a economia de criadores é uma oportunidade e tanto para estabelecer conexões genuínas com o público por meio de plataformas diversas e descentralizar a geração de valor. Afinal, essas pessoas dialogam diretamente com suas comunidades em diferentes redes sociais, estabelecendo fluxos de comunicação diretos, autênticos e ágeis, nos moldes dos novos tempos.

 

Publicado por Pande

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