Luana Sena é doutoranda em Comunicação Social pela UFBA e pesquisa sobre fake news

A divulgação de fake news nas eleições e no campo político, pode acarretar muitos males para a sociedade e alterar o resultado nas urnas. Com o uso das internet e das redes sociais, o poder de viralização de notícias falsas vem crescendo cada vez mais, criando um cenário preocupante.

Por isso, comandado pelo professor e doutorando Horácio Neiva, o projeto de extensão “Observatório das Eleições” iCEV convidou Luana Sena – jornalista, doutoranda em Comunicação Social pela UFBA e editora do jornal “O Estado do Piauí” para conversar com os estudantes do grupo sobre “Mentiras convenientes: Fake News e desinformação na era da pós-verdade”.

O projeto de extensão “Observatório das Eleições” é comandado pelo prof. Horácio Neiva

Luana estuda a temática no doutorado e veio trazer esse debate para o projeto:

 “Antes do termo fake News, na verdade, esse assunto já era abordado nas aulas de jornalismo e comunicação. Lá em 2017 já se sabia que uma fake news tinha 70% mais chances de viralizar que uma notícia verdadeira, mas a pandemia trouxe isso escancarado ao ponto de de pôr vidas em risco de gente acreditando nessas notícias falsas”. Disse a pesquisadora.

Observatório das Eleições iCEV

Diante do cenário de polarização e questionamentos levantados sobre a atuação da Justiça Eleitoral em especial com a divulgação e difusão de notícias falsas, o projeto da extensão “Observatório das Eleições” do iCEV tem o objetivo de realizar estudos, pesquisas e avaliações.

O projeto de extensão envolve estudantes de Direito iCEV de todos os períodos

Os estudantes de Direito iCEV atuarão na produção de conteúdos relacionados às Eleições de 2022 e o papel e estrutura da Justiça Eleitoral neste processo, além de realizar uma atividade de conscientização e de promoção de cidadania a partir da criação de textos, vídeos e outras mídias destinados a prestar esclarecimentos e desfazer equívocos sobre o processo eleitoral brasileiro.

“Uma coisa me marcou muito nessa palestra: A Luana falou que hoje em dia levamos muito mais em conta a sensação que as coisas nos passam, do que as informações em si. É tanto que em uma parte, ela explicou que nós como seres humanos queremos acreditar em algo que nos dê respaldo, mesmo que seja algo bobo, se aquela informação era o que a gente queria ouvir vai ter muito mais força. Outra coisa que me deixou muito impactado o fato de que a fake news na verdade é um conteúdo criado para prejudicar diretamente algo ou alguém”. Comentou Kayo Vinícius Leite, estudante do 3º período de Direito.

Uma fake news tem70% mais chances de viralizar que uma notícia verdadeira

O perigo das Fake News nas eleições

Estudos de universidades Oxford (Reino Unido) e a MIT (EUA) já comprovaram que os usuários se engajam, promovem e viralizam mais fake news do que temas reais. As notícias falsificadas ou deslocadas estão cada vez mais sofisticadas, por meio das deepfakes e revestidas de um “rosto” amigável e bem produzidas, tendo como base conteúdos explosivos e polêmicos. Se utilizam das disputas ideológicas e as assimetrias culturais, sociais e econômicas para se propagar.

As eleições nos EUA em 2016 foram um grande exemplo de como as fake news nas eleições podem influenciar a tomada de decisão dos cidadãos. No Brasil, em 2018, várias fake news possivelmente beneficiaram a candidatura de Bolsonaro. Muitos boatos, que podem ter interferido na decisão dos eleitores, circularam nas redes sociais durante a campanha do candidato vencedor das eleições de 2018.

O projeto da extensão “Observatório das Eleições” do iCEV tem o objetivo de realizar estudos, pesquisas e avaliações

Para não cair nas fake News

Luana Sena dá algumas orientações para não se deixar levar por notícias falsas:

1 – Na dúvida, não compartilhe

2- Leia além da manchete

3 – Cheque autor e data

4 –Use apps para checar as imagens