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09 ago
De pai para filho: empreendedorismo é coisa de família?

Uma das tarefas dos pais, talvez a principal delas, é ensinar aos filhos como sobreviver. E, para isso, a maioria acaba servindo de modelo, afinal, é pelo exemplo que se forma uma pessoa. Não é à toa que muitos filhos vão além e seguem as profissões dos pais. Mas e quando o pai é um empreendedor?

Esse é o caso do empresário Aldo Zerbinatti Neto e de seus irmãos, Luís Fontes Neto e Osnir Zerbinatti Júnior. Os três trabalham na Osnir Hamburger, lanchonete fundada pelo pai, Osnir Zerbinatti, há 49 anos na zona sul de São Paulo.

Como o negócio é anterior ao próprio nascimento (Aldo é de 1972 e a lanchonete de 1969), ele conta que passou a infância vendo o pai trabalhar. “Eu ficava vendo ele prensar hamburguer e aquilo me deixava alucinado, pois entrava uma bolinha de carne, ele a apertava e virava um hamburguer. Era algo mágico”, relembra.

Aos poucos a participação de Aldo na Osnir Hamburger foi crescendo. Ciente de que um dos filhos poderia assumir o negócio, o pai passou a instruí-lo em todos os afazeres do estabelecimento. Isso porque, de acordo com Osnir, “se um dia você mandar na lanchonete, nenhum funcionário poderá rir da sua cara”.

“Então, aos 14 anos, ele me ensinou a fazer o sorvete e o hamburguer, a trabalhar na chapa, atender no caixa, lavar copos… até passar pano no chão eu aprendi. Fiz um treinamento com o meu pai e foi muito bom”, conta Aldo, revelando não ter certeza se iria ficar no negócio da família.

“Eu não sabia o que queria da minha vida. Era aquele cara de 18 anos que pensava em fazer direito ou administração, pois não gostava muito de exatas”, admite. A mudança ocorreu em 1990, quando a caminho da faculdade ouviu o pai dizer que, por conta da falta de dois funcionários do turno da noite, iria dobrar o expediente.

“Aquilo mexeu tanto comigo que larguei tudo e a partir dali comecei a tocar a lanchonete no dia a dia. O sangue falou mais alto. Tanto que estou aqui há 28 anos”, celebra o empresário, que é responsável pelas compras e vendas do negócio enquanto os irmãos cuidam das tarefas de escritório e atendimento ao público.

Mas não foi simples entrar para Osnir Hamburger. Ciente de que estaria convivendo na esfera profissional com o pai, Aldo decidiu estabelecer limites. Por exemplo, no trabalho ele chama o pai de seu Osnir. E, apesar de sócios, reconhece a existência de uma hierarquia, onde ele é empregado e o pai, patrão.

O respeito também foi conquistado no cotidiano. Entendendo o negócio pro dentro, ele e os irmãos passaram a dar ideias para o crescimento da lanchonete, que salto de 30 para 150 lugares e se tornou um dos pontos mais tradicionais da zona sul da capital paulista.

Mas depois de tanto tempo, como Aldo enxerga o lado empreendedor do pai?

“Meu pai é bem descontraído. Ele é a cara da lanchonete. Está com 82 anos e trabalha aqui todos os dias. Seu Osnir é o primeiro a chegar, pois gosta de ver o horário em que cada um chega. E ele fica até umas 18h em pé – ele não senta!”, diz o filho orgulhoso, salientando que até hoje o pai chama os clientes pelo nome.

“Muitos pedem para tirar fotos com ele. Obviamente que a lanchonete é um negócio, mas para o meu pai, hoje em dia, ela também é um lazer. É uma paixão – não só dele, como nossa também”. Prova de que empreendedorismo pode ser mais ensinado.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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