A Era Pós-Digital é, basicamente, a realidade em que vivemos hoje, na qual a presença da tecnologia digital é tão ampla e onipresente que, na maior parte do tempo, nem notamos que ela está lá. Só percebemos sua existência quando por algum motivo ela nos faz falta. E essa total ubiquidade da tecnologia digital provoca impactos em todos os aspectos da vida.
Cada vez que a humanidade dá um salto tecnológico, a primeira reação é de surpresa e medo. Mas, depois que a inovação é absorvida, as pessoas aprendem a otimizar suas possibilidades. Na história isso se repetiu várias vezes: com o fogo, a agricultura, o metal e a eletricidade. Só que agora o digital está em tudo e em todos. E, como diria Clay Shirky, a revolução não acontece quando a sociedade utiliza novas ferramentas, e sim quando adota novos comportamentos.
Falo com alguém do outro lado do planeta e mando um WhatsApp para o amigo que está sentado ao meu lado no sofá. Tudo o que era grátis está ficando pago e o que era pago ficando grátis. Na Era Digital achavam que o futuro era baseado na convergência e no multimídia. Agora, no Pós-Digital, está cada vez mais claro que o caminho é o da divergência e da unimídia. A regra de transmissão da informação mudou de unidirecional para multidirecional. A recepção não é mais passiva, é interativa, porque a mídia digital é mais do que um novo canal de comunicação, é um novo ambiente de relação com os consumidores e possui um componente de engajamento que faz toda a diferença.
Estamos num mundo de relações fugazes. Na Era Pós-Digital, precisamos agir rápido se quisermos continuar relevantes. Tudo agora é mais veloz e mutante, refletindo a realidade social. O ciclo de formação e popularização dos fatos, notícias e tendências está cada vez mais curto. Pessoas trocam de amores, amizades, empregos e marcas como quem troca de tênis.
Viver, produzir e se perpetuar na Era Pós-Digital não é mais questão de utilizar ferramentas ou armas digitais, e sim de possuir uma alma digital. Ela deve ir muito além de sites, blogs ou páginas no YouTube, mais que e-commerce ou redes sociais. Estamos falando de uma outra dimensão do envolvimento digital, aproveitando a onisciência, a onipotência e a onipresença que ele proporciona. Precisamos abraçar o big data e os algoritmos, incentivar o home office e as reuniões por videoconferência, implementar sistemas colaborativos e generativos, eliminar estruturas piramidais para operar em rede, rever hierarquias de poder e estabelecer o diálogo em todos os aspectos da comunicação com o mercado.
Estamos num ponto de inflexão para uma nova era de total revolução em tudo o que fazemos, mas ainda com paradigmas e certezas que nos seguram no passado. Enormes transformações estão vindo rapidamente em nossa direção. A Era Pós-Digital é como uma estrada cheia de curvas em que é preciso combinar velocidade e cautela, atenção ao presente e visão de futuro, adaptabilidade e constância. Se não acendermos os faróis altos para ver o que está longe, a chance de dar de cara com um barranco é enorme. O desafio é antever as próximas que se apresentam na estrada. Por isso, dirijam com atenção, e bem-vindos à Era Pós-Digital!
Por por Walter Longo – presidente da Grey Brasil, mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm e autor do livro Marketing e Comunicação na Era Pós-Digital (Editora HSM). Fonte: Revista Galileu
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2 Comentários em "Bem-vindos ao mundo pós-digital"
Boa tarde,preciso de informações sobre transferência externa.
Oi Maria,
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