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29 ago
A empreendedora que transformou a frustração em um negócio com 350 funcionários

Nadia Boujarwah

Nadia Boujarwah tem experiência própria com uma das formas de discriminação mais subliminares e comuns: o estigma contra as pessoas acima do peso. Quando estava no último ano do ensino médio, precisou comprar um vestido para sua formatura. Ela simplesmente não conseguiu encontrar um que servisse. Mais tarde, como jovem profissional, ela sofria para encontrar roupas que considerasse estilosas.

Em 2014, Nadia resolveu fazer uma tentativa para resolver o problema e deu início a Dia&Co, um serviço de moda sob assinatura que desenha roupas de acordo com o estilo, o corpo e o orçamento dos clientes. Hoje, a empresa tem mais de 350 funcionários e arrecadou US$ 25 milhões em investimentos.

Mas nada é assim tão fácil. Além da ideia, Nadia precisou encontrar coragem para fugir das expectativas tradicionais de sua criação no Oriente Médio para traçar seu próprio caminho no empreendedorismo. Leia na entrevista a seguir:

No que você se considera uma vitoriosa?

Eu acho que a vitória na minha carreira aconteceu em diferentes níveis. O exemplo mais recente foi construir um negócio financiado por capital de risco – não apenas como uma fundadora mulher, mas a serviço de um consumidor que é também mais desfavorecido e frequentemente não compreendido.
Mas nós também tivemos nossa porção de falhas ao longo do processo de tirar o negócio do papel. Mas, em um nível pessoal, eu acho que a vitória começou um pouco mais cedo na minha vida. Eu cresci um pouco mais ambiciosa do que era considerado normal em uma sociedade conservadora do Oriente Médio, e o caminho para tornar-me CEO de uma empresa baseada nos Estados Unidos com centenas de funcionários certamente não foi óbvio. Mas tem sido uma jornada realmente incrível.

Se você pudesse voltar alguns anos, quando estava apenas iniciando profissionalmente, que conselho você daria a você mesma?

Eu diria a mim mesma para arriscar mais. Uma das grandes mudanças na minha carreira foi me afastar do caminho acadêmico e ir em direção a uma trilha mais empreendedora. Depois da faculdade, eu embalei minhas coisas e fui para Atlanta, para estudar no Instituto de Tecnologia da Georgia. Eu vim de uma família de imigrantes muito tradicional, em que o foco na educação era inevitável. Sou muito grata por isso, e parecia ser o caminho natural na época. Na realidade, porém, eu não queria ser uma acadêmica. Eu queria criar coisas.

Cerca de três semanas antes de as minhas aulas começarem, eu decidi mudar a rota completamente e comecei a trabalhar em um banco de investimentos. O fato de eu ter chegado tão perto de apertar o gatilho do que teria sido uma vida totalmente diferente é algo que me faz sempre refletir. Eu acho que é uma indicação de que eu ainda estava vivendo de acordo com regras que não eram importantes para mim, e que eu deveria ter me sentido mais confortável para assumir riscos.

Qual você consideraria a sua maior derrota profissional até então?

Eu acho que tive momentos de dúvida e de fracasso real no início do negócio. No primeiro ano, a empresa realmente não foi bem-sucedida. Nós não éramos capazes de convencer os investidores a nos apoiarem e as pessoas a participarem da equipe. Precisamos realmente cavar fundo para manter a esperança em algo que não mostrava muitos sinais de sucesso – mas sentíamos que o projeto era especial.
Eu sabia que, para quem olhava de fora, aquele ano parecia um período de desemprego, apesar de para mim parecer que eu estava construindo um negócio. Acabou valendo a pena, mas foi muito difícil e eu passei por momentos de muitas buscas e dúvidas. Porém, uma coisa sobre a qual nunca tivemos dúvidas, foi a importância da missão em que estávamos. As dúvidas diziam respeito a nossa capacidade de tirar o negócio do chão, porque para isso era preciso que outras pessoas acreditassem no que estávamos tentando fazer – mas, no fundo, era um negócio que nós acreditávamos que precisava ser construído. Este serviço é algo que eu sabia que teria sido transformador para mim quando era mais jovem, e isso era o suficiente para me fazer permanecer focada em trazê-lo para a vida de outras mulheres.

Se houvesse uma lição de vida que você gostaria de passar para os outros, qual seria?

Uma coisa que se provou muito valiosa para mim e na qual eu acredito que valha a pena gastar tempo no início da carreira é identificar uma espécie de estrela guia. Eu acredito que poucos caminhos sejam lineares, e a ideia de ter uma carreira bagunçada, em que se pula de um lado para o outro, é certamente real.

Eu acho que você pode dar a si mesmo muito mais flexibilidade e oportunidades de arriscar quando você tem um objetivo final em mente. Este objetivo final pode ser a pessoa que você gostaria de ser daqui a 20, 30 ou 40 anos, o impacto que você quer ter ou o que você quer ter conquistado ao fim de sua carreira. Quanto mais cedo você identificar o que importa de verdade e o que você gostaria de alcançar, mais fácil será tomar esse tipo de decisão. No meu caso, especificamente, me possibilitou tomar decisões que não fazem muito sentido para as outras pessoas, mas que estiveram sempre no caminho certo para o que eu quero alcançar.

Qual você diria que é o seu maior e mais audacioso objetivo profissional ou pessoal?

Minha missão pessoal é realmente sinônimo da missão da Dia&Co: inspirar amor próprio por meio do estilo. Nós estamos em um caminho que vai mudar o mundo – e isso se relaciona a uma imagem saudável do próprio corpo, ao poder e à confiança que podem vir de uma expressão própria irrestrita, e do que isso pode fazer na maneira como abordamos nossas carreiras, relacionamentos e nós mesmas. Isso é o que guia o nosso negócio e no que eu gasto meu tempo todos os dias.

Fonte: Forbes Brasil

 

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