Em 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, uma data marcada pela luta contra a discriminação dos homossexuais, transexuais e transgêneros ao redor de todo o mundo.
Mesmo com muitos avanços nas políticas públicas de proteção aos membros da comunidade, os números de violência e morte de pessoas LGBTQIA+ são altíssimos. O fato de o Brasil ser o país em que mais se mata pessoas trans no mundo, por si só, já demonstra a importância do dia 17 de maio.
17 de maio foi escolhido como comemoração do Dia Internacional contra a https://www.somosicev.com/criminalizacao-da-homotransfobia-uma-analise-argumentativa-da-ado-26/ justamente para relembrar a data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma decisão histórica em 1990, deixou de considerar a homossexualidade como uma doença.
Criada em 2004, a data já foi aderida por mais de 130 países, que comemoram anualmente. Nesse dia, assim como no mês do orgulho LGBTQIA+, as cidades se enchem de passeatas, manifestações e atos políticos.
O principal objetivo da comemoração é aumentar a conscientização da população no geral sobre a violência e a discriminação contra o movimento LGBT e cobrar a instauração de medidas que garantam direitos e dignidade aos membros dessa comunidade. Além disso, é uma grande oportunidade de trazer luz ao tema e dialogar com diferentes classes, religiões e culturas.
O Brasil foi o 43º país a criminalizar a homofobia, de acordo com a decisão do STF em junho de 2019. Hoje, segundo o Supremo Tribunal, todas as declarações homofóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo, com pena prevista de um a três anos.
Além disso, outras conquistas foram estabelecidas junto ao tribunal, como um decreto de lei que estabelece a obrigatoriedade no tratamento nominal de transexuais e travestis nos órgãos públicos.
A legalização do casamento e da adoção por pessoas do mesmo sexo também é marco importante nessa história. Porém, precisamos lembrar que ainda existem muitas barreiras e direitos que devem ser reivindicados na luta contra homofobia, o que reforça a importância das datas como o dia 17 de maio.
O dia 17 de maio é um ato de resistência. Mesmo com a difusão e a facilidade de consumo de conhecimento, seja por meio da internet, seja pela televisão ou por outras mídias, existem muitas dúvidas sobre o que é homofobia.
O Dia Internacional contra a Homofobia é muito importante para alavancar essa questão, dar o lugar de fala a essas pessoas e aprofundar o debate sobre o tema. Com ele, o tópico ganha espaço na mídia e, de certa forma, educa e normaliza tais questões que ainda são alvo de pré-julgamentos por grande parte da população.
Com o apoio de figuras públicas e membros políticos à causa, assuntos como o que é transfobia, homofobia e bifobia ganham cada vez mais atenção pelas mais variadas camadas da sociedade, reforçando a necessidade do debate.
Antes mesmo da instauração do Dia Internacional contra a Homofobia, muitas datas foram marcantes para a caminhada dos direitos dos LGBTQIA+ desde o ano de 1990, quando a homossexualidade deixou de ser tratada como doença mental por parte da OMS. Alguns desses marcos foram:
Não podemos esquecer nunca que, mesmo com tantos direitos conquistados, o caminho não termina com a instauração do Dia Internacional contra a Homofobia. Ainda existe muito mais a alcançar pelos direitos da comunidade LGBTQIA+.
O Brasil ainda lidera o ranking de violência e mortes de pessoas LGBTQIA+s, com 44% do total mundial. Segundo o relatório do Grupo Gay da Bahia, somente em 2019, cerca de 329 LGBTQIA+ tiveram mortes violentas no Brasil, vítimas da homotransfobia, sendo 297 homicídios e 32 suicídios.
Já a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) mostra que, no mesmo ano, foram confirmadas 124 pessoas trans assassinadas, com apenas 11 suspeitos identificados.
Dados tão duros como esses nos mostram a importância de resistir e continuar lutando pela garantia dos direitos LGBTQIA+, seja no dia 17 maio, seja em todos os outros dias do ano.
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