O rover Perseverance, da Nasa, pousou na cratera Jezero, em Marte, às 17h57 (horário de Brasília) desta quinta-feira (18), evento que foi transmitido ao vivo pelo Olhar Digital.
Foi um pouso perfeito, com apenas 2 minutos de atraso em relação ao horário originalmente previsto, após uma jornada de mais de seis meses e 200 milhões de quilômetros que levou o rover de Cabo Canaveral, na Flórida, à Cratera Jezero, em Marte.
Veja como foi:
Minutos após o pouso, o rover usou suas câmeras frontal e traseira para enviar imagens do terreno marciano ao seu redor. As imagens, em preto-e-branco, foram postadas no perfil do rover no Twitter, @NASAPersevere:
Muitas outras imagens, a cores e do momento exato do pouso, devem ser divulgadas em breve. Mas o pouso é apenas a primeira parte de um longo cronograma de exploração.
Uma vez na superfície de Marte, o rover terá uma longa lista de tarefas a cumprir, de testes iniciais de todos os seus sistemas às primeiras missões científicas. A seguir, saiba um pouco mais sobre a agenda para os 100 primeiros dias do Perseverance em Marte.
Assim que pousou, o Perseverance disparou dispositivos pirotécnicos para ejetar as tampas que protegem as lentes de suas 23 câmeras e fotografar o local onde pousou usando suas câmeras frontal e traseira. As imagens foram enviadas para a Terra através dos satélites Mars Odyssey, que orbita o planeta desde 2001, e Trace Gas Orbiter (TGO), que chegou em 2016.
Segundo Jennifer Trosper, vice-gerente de projeto para a missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa na Califórnia, depois disso o rover irá “tirar uma soneca” até o dia seguinte para recarregar suas baterias.
Ao longo dos dias seguintes, a equipe na Terra irá “determinar as funções base do veículo, como energia, aquecimento e comunicações. Se qualquer uma destas funções não estiver funcionando, o veículo pode ser colocado em risco muito rapidamente”, afirma Trosper.
O Perseverance também irá observar a posição do Sol no céu para determinar onde está a Terra e estabelecer comunicação direta, e depois fazer a checagem de outros instrumentos e sistemas. Tudo isso enquanto envia para nós mais fotos de seus arredores.
Todo esse processo deve levar cinco dias. Nos cinco dias seguintes, o rover fará a transição do software usado no pouso para o que será usado para operar na superfície de Marte. Ele também irá testar o braço robótico que será usado para coletar amostras e dar seus primeiros “passos” para testar suas seis rodas.
Dentro do Perseverance está o Ingenuity, um pequeno helicóptero com quatro rotores que tentará realizar o primeiro voo nos céus de outro planeta, numa demonstração tecnológica que poderá abrir o caminho para o uso de drones para reconhecimento de terreno em futuras missões humanas.
O voo do Ingenuity exigirá que a equipe encontre um local plano para a decolagem, a até 1 quilômetro do local onde o rover pousou. Com o local determinado, o Perseverance irá até lá e descarregará o Ingenuity, que está armazenado em sua “barriga”. O helicóptero será cuidadosamente baixado ao solo e receberá uma última carga de energia antes de ser desconectado do rover.
Segundo Joshua Ravich, diretor de engenharia mecânica do drone no JPL, embora o processo de “desembarque” leve apenas alguns minutos, a equipe responsável irá proceder com “extrema cautela”, tirando múltiplas fotos de cada passo, o que fará com que toda a operação dure “cerca de uma semana”.
A partir daí a equipe responsável pelo Ingenuity terá 30 dias para realizar até cinco voos, cada um durando 90 segundos. Os primeiros serão curtos e em baixa altitude, mas ele gradualmente irá voar mais longe e mais alto. Ravich afirma que “o quinto voo pode ser algo tão complexo quanto decolar, voar uma certa distância, escolher de forma autônoma um local de pouso e pousar lá”.
Será possível realizar apenas um voo por dia, e o helicóptero usará painéis solares para recarregar suas baterias entre os voos. O Perseverance estará observando tudo, fazendo fotos e talvez vídeos de cada tentativa.
Há uma flexibilidade no cronograma para todas estas atividades, e elas podem terminar no 60º dia ou durar até o 100º, no máximo. A partir daí a primeira fase da missão do Perseverance se encerra e seu controle será passado para a equipe científica, que já terá escolhido um local para iniciar a exploração.
“Dependendo de onde pousarmos, teremos um menu de locais para escolher”, diz Katie Stack Morgan, vice-cientista do projeto Perseverance. “O que eu espero estar fazendo será planejar uma investigação científica do fundo da cratera antes de nossa investigação do delta do rio, porque a cratera pode ter rocha vulcânica, que é ótima para obter datas absolutas”, algo que serviria como uma base para a datação de futuras amostras coletadas pelo rover.
Nos dias seguintes, o Perseverance irá coletar as primeiras amostras do solo marciano, armazenando-as em tubos metálicos do tamanho de um charuto que poderão ser coletados por missões futuras e trazidos à Terra. Instrumentos como o Moxie, que irá gerar oxigênio a partir do dióxido de carbono na atmosfera; Meda, que irá analisar a dinâmica climática; e Rimfax, que irá procurar água congelada no subsolo, estarão prontos para entrar em operação.
A partir daí, começa a missão mais importante: a busca por evidências de que Marte, no passado, já abrigou formas de vida. O que será que o Perseverance irá encontrar?
Fonte: Scientic American
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